Dolce & Gabbana – e a nova mulher muçulmana
Os estilistas lhe deram o nome de Abaya, referência às túnicas escuras usadas por algumas mulheres muçulmanas que cobrem todo o corpo, com exceção da cabeça, pés e mãos.
Trata-se de uma coleção de túnicas (abaya) e véus (hijab) para ocasiões especiais em que predominam o preto e os tons neutros, embora sempre com os matizes sicilianos típicos da ilha onde nasceu Domenico Dolce.
Seguindo o estilo de suas compradoras, os conjuntos são poderosos: túnica e véu adornados com pedras, encaixes, rendados e bordados, tudo primorosamente trabalhado..
Não faltam, para as menos ortodoxas,peças mais ousadas, como túnicas com transparências e saias mais curtas que o habitual – sempre acompanhadas de saltos altos e acessórios elegantes, como carteiras, bolsas, óculos escuros e joias.
O grande trunfo desse lançamento é que a Dolce & Gabbana conseguiu desenhar essa coleção em sintonia com sua aposta para a primavera europeia deste ano. Os modelos chegam com superposições, e uma proposta de adaptar ao mundo árabe o estilo da dolce vita italiana.
As duas coleções compartilham detalhes como as margaridas, limões e as exuberantes rosas vermelhas que adornam as peças e os acessórios.
Dolce & Gabbana foi a última empresa de moda a se voltar para o mercado muçulmano, um negócio de grandes proporções que se encontra em plena redefinição.
Segundo a revista Fortune, as mulheres muçulmanas gastaram 266 bilhões de euros (cerca 1,1 trilhão de reais) em moda em 2013 (mais do que o Japão e a Itália reunidos). Com esses números, a dupla finalmente capitulou e percebeu que não dava para deixar de atender a um público como esse.
Saíram ganhando as muçulmanas, sem dúvida que, agora podem contar com mais cor, bom caimento e uma proposta mais divertida em seu guarda roupa – sempre tão sóbrio.
Duvida? Basta conferir o detalhe do sapato da foto abaixo – que, sozinho garante o sucesso de qualquer produção